terça-feira, 16 de outubro de 2012

PRESOS A UM SOPRO DE VENTO






Na véspera dos relâmpagos
os pássaros são eternos
conforme os apeadeiros

renascem ao som da folhagem
oferecem o corpo inteiro
e o desejo

pestanejam vírgulas
lábios remos e passos
numa cadência de asas

Na véspera dos relâmpagos
o mar organiza outros azuis
utopias em movimento

amplas claridades

sem âncoras nem limites
como nós
presos a um sopro de vento



 

29 comentários:

Vítor Fernandes disse...

No dia em que cortarmos amarras
os pássaros levantam vésperas
e os limites serão a nossa utopia.


Grande abraço pela excelência dos seus poemas.

Anónimo disse...

Nas vésperas tudo é mais intenso.
Poema maravilhoso.

Beijo.

trepadeira disse...

Belíssima imagem a acompanhar um poema lindo,serão as vírgulas,a folhagem,a provocar o maremoto que os levará trazendo a esperança.

Um abraço,
mário

jrd disse...

Havemos de vencer as ondas.

Abraco

Rita Freitas disse...

E que tudo se ilumina com a claridade dos relâmpagos.

Bonito!!

Bjs

JP disse...

O Inverno pode ajudar-nos a levantar essas âncoras, a renovar a folhagem e a tingir o mar de outros tons!

Mas os pássaros vão fugir, pela certa.....

Abraço

marlene edir severino disse...

Soltos

enquanto durar o vento

Abraço, poeta!

AC disse...

Eles bem tentam, mas ainda bem que não conseguem amordaçar as utopias...

Abraço

ana disse...

Mar Arável,
A poesia pode ser tão forte na sua expressividade.
O mar reunirá as forças necessárias.
Parabéns pela intervenção poética.
Beijinho.

Manuel Veiga disse...

amplas claridades - assim a pulsão das aves (e dos homens). livres...

abraço, meu caro Poeta

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

e que a luz dos relâmpagos seja apenas luz

e que predomine o azul

sempre

beij

tecas disse...

Mar Arável, um poema magnifico que poderá ser interpretado de diversas maneiras. Metafóricamente falando, claro! Esperemos que o vento abrande...apesar de estarmos no outono. Magnifico
Beijos amigos.

Carlos Ramos disse...

Da efectiva liberdade...está belissimo.

Abraço

Bípede Falante disse...

Minha primeira vez aqui.
Primeira como tem de ser porque me emocionei com o seu vento, seus pássaros e utopias em movimento.

beijo

Lelena

MAR disse...

Tormentas en el corazón, después de eso el SOL.
Un abrazo grande.
mar

Tania regina Contreiras disse...

Ah como seria bom se soubêssemos de todas as vésperas!!!

Beijos,

Anónimo disse...

Imensamente maravilhoso! As imagens são ótimas!
Um beijo.

Anónimo disse...

" Na véspera dos relâmpagos"
as ásvores permanecem nuas
as sementes não germinam
e as flores tardam em colorir
planícies, outeiros e colinas

Exautos, confusos e desanimados
nem as utopias
nos animam

É que estamos tão frágeis
e tão leves
que
até um pequeno sopro de vento
nos pode derrubar

Saudades

princesa

MariaJB disse...

A sua poesia tem o dom de serenar tristezas.
Obrigada Filipe

Rogério G.V. Pereira disse...

Hoje senti-me mar...
Graças a ti
me senti assim!


(isso dá força
para multiplicar azuis)

Branca disse...

Um poema de esperança, de força e coragem.

Lindo, como sempre.

Beijos

BeatriceMar disse...

o vento nem sempre nos derruba!

obrigada!

manuela baptista disse...

na véspera

seja um pé de vento


um abraço

Mª João C.Martins disse...


Ser uma gota desse mar, ou uma asa solta no vento. Ser, e fazer com que isso não perca o sentido.

É sempre com admiração que o leio!

Um abraço

Genny Xavier disse...

Na véspera dos relâmpagos, ventos sopram, vergam os banbuzais, mas não os quebram...Lição verdejante para outros dias azuis...

Sempre bom aparecer por aqui.
Beijos.

Genny

Justine disse...

Nesse dia inventaremos em nós toda a força que a poesia nos pode transmitir...

Canto da Boca disse...

Que a insistência das utopias sejam as urgências nossas de cada dia!

Beijo!

Vento disse...

dizem que as árvores morrem de pé
essa és tu que a seguras
no soprar do vento

beijo

Benó disse...

Presos a um sopro de vento que nos levará mar fora, sem relampagos em busca da claridade.
Belo poema. Gostei.