terça-feira, 29 de novembro de 2011

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

AI DOS QUE NÃO SE OUSAM AGITAR







" Aqueles que defendem a liberdade mas, contudo, desprezam a agitação
são homens que esperam recolher sem lavrar a terra - que querem chuva
sem trovões e sem relâmpagos "

(citação de Frederick Douglass) 1818



quarta-feira, 23 de novembro de 2011

EM FAVOR DOS SUBÚRBIOS OFENDIDOS







Contra o descalabro social imposto ao país

nesta europa sem rosto humano

Em favor dos subúrbios ofendidos



quinta-feira, 17 de novembro de 2011

BARCOS DE PASSAGEM



                                                         DALI
                                                         


Imponente e doce no fervor dos silêncios
produzias saberes incendiavas pedras
eras um rio abrupto
a desbravar margens

e eu soltava-me vertiginoso
no teu corpo lìquido
aprendia a navegar

Quando tateavas brumas
de olhos abertos não vias nada
mas vencias espaços esquinas e becos

eras um rio de beber
às mãos cheias por entre os dedos
corpo fluido no refúgio das águas

sussurro de harpas
por toda a escarpa
véu de noiva
luz de fósforo
a alumiar destinos improváveis

barcos de passagem



sábado, 12 de novembro de 2011

SOMBRA DE LUZ




                                                                   MAGRITTE


Quando despertei
para a árvore
que ajudei a plantar

nos espelhos da memória
chovia uma sombra de luz

desejos paisagens sons

e foi assim
neste equilíbrio
fugaz de assimetrias
que inscrevi no tempo
um espaço
para agitar o vento

mares salivas flores de sal

e foi assim
a prumo nos mastros
em desassossego de barcos
que organizámos jardins
bandos de pássaros
relâmpagos

Quando despertei
vesti o melhor fato
só para te ver

e tu lá estavas
sombra de luz

domingo, 6 de novembro de 2011

OUSAS SER LIVRE






Ao vento desgrenhada
nas palavras soltas
a desbravar caminhos

de ti escarpa
apenas sei que és a mais abrupta

mas quando traço
um olhar vertiginoso
no teu corpo
nada se perde

nem o vento que bate à porta

Entras e sais
mas deixas um rasto
nas paredes da casa
inscreves no tempo incerto
rotas de barcos
seguras lemes gáveas e lumes
com a firmeza das mãos

Quando te despes de ti
apenas sei o sopro desalmado
no fulgor dos pássaros

ousas ser livre

e já é tanto


terça-feira, 1 de novembro de 2011

OLHOS REMOÇADOS








No tempo em que crescíamos
a noite bramava tão parda
que nem parecia noite

De súbito um frémito de luz
pestanejou nos mastros do cais

o mar restolhou

e eu vi claramente
os teus olhos remoçados
alumiarem as águas

Após tantos relâmpagos vividos
julgavas estar preparada
para voar

mas os pássaros ainda aprendiam
a ter asas